IRM.’. DA A.’.R.’.G.’.B.’.L.’.S.’. CEL. APARÍCIO MARIENSE DA SILVA BRILHA EM EVENTO CULTURAL MACÔNICO.

Assim como na 3ª. Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula, o Ir.’. Rodrigo Bauer, M.’. M.’. e membro efetivo de nossa Loja, classificou poema de sua autoria na Triagem da 5ª Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula, intitulado AS TRÊS COLUNAS. Na 3ª. edição do evento nosso querido Ir.’. foi o grande vencedor na categoria Poemas não Maçônicos, com o trabalho UM TOURO BERRA, que está reproduzido no final desta notícia. A Tertulia Maçônica da Poesia Crioula é descrito por seus organizadores como um evento poético/musical projetado e desenvolvido pelo Grupo Tradicionalista e Piquete Fraternidade Gaúcha, do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, onde os participantes, entre eles maçons, demonstram suas qualidades como poetas, músicos e declamadores na arte da poesia riograndense. Para se ter uma idéia da magnitude desta edição o Sr. Leo Francisco Ribeiro de Souza, Coordenador Geral da Tertúlia Maçônica e do Festival Ronco do Bugiu, assim se manifestou quando do resultado da Comissão de Triagem, que analisou 236 trabalhos inscritos: Desnecessário é ressaltar o grau de dificuldade enfrentado por esta Comissão devido, principalmente, a qualidade dos concorrentes. Com os poemas que ficaram ausentes desta escolha daria para se realizar mais dois ou três festivais da mais alta envergadura. Isto só denota o alto nível poético de nossa querência gaúcha.
Segue abaixo os poemas concorrentes de 5ª. Edição citados por categoria:
CATEGORIA MAÇOM: 1- UM TRIBUTO A XIRUZINHO Autor: José Estivalet 2 – DAS LEMBRANÇAS QUE TRAGO Autor: Elomar Luiz Parizotto 3 – ENIGMA DOS CERROS Autor: José Carlos Andrade Pereira 4 – NO PRINCÍPIO... ESPADA E VERBO Autor: Moisés Silveira de Menezes 5 – UM PEÃO DE OUTRO ORIENTE Autor: Luis Lopes de Souza 6 – AS TRÊS COLUNAS Autor: Rodrigo Bauer
CATEGORIA NÃO MAÇOM 1 – ME ARRENEGUEI Autor: Caine Teixeira Garcia 2 – CERRAÇÃO Autor: Carlos Omar Villela Gomes 3 – MILONGA DEL APARTAO Autores: Cristiano Medeiros e Adriano Medeiros 4 – UM DIA DESSES.... Autores: Anderson Fonseca, Paulo Ricardo Costa e Ari Pinheiro 5- A PALAVRA Autor: Cristiano Ferreira Pereira 6 – O ÚLTIMO RETIRANTE
Os 12 poemas serão apresentados no dia 30 de agosto no Auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa do Estado.
UM TOURO BERRA
1º Lugar da III Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula
Um touro berra doído... Até parece um gemido do pago que, estremecido, pranteia os tempos que vão...
Parece uma evocação! Que vai trincando o silêncio, quebrando a calma da tarde e, pouco a pouco, se encarde de poeira, sol e capim... Transcende o som e esmaece pelos fundões e varzedos, reacendendo os segredos que se apagaram em mim!
Um touro berra... Eu me calo! Embora doa escutá-lo, seu timbre lembra o badalo do sino da Redução!
E enxergo mais que a visão! Retorno aos tempos de antanho dos missioneiros anseios! Aos primitivos rodeios tataravôs dos atuais... Um touro berra o presente mas me conduz, de visita, à Estância-Mãe Jesuíta e às Pedras das Catedrais!
Um touro berra à distância; tal fosse a alma da estância chorando as mágoas e as ânsias que sofre, na solidão...
Parece o meu coração choramingando recuerdos... Que, protestando tenência, teima em mostrar a querência pra quem querência não tem... E, quixotesco e solito, verseja o próprio reduto tal fosse o touro que escuto berrando para ninguém!
Seu berro ecoa em meu peito... Acorda velhos preceitos perdidos e contrafeitos por esse vasto rincão...
Parece gasto... Mas não! Embora um tanto alquebrado, um touro que ainda berra cumpre o seu posto na guerra, com seu campeiro clarim... Mugindo, evoca outros tempos, relembra o cio das novilhas e a infância dessas coxilhas mesmo tão perto do fim!
Um touro berra escarvando, a terra vai levantando; e o pago inteiro escutando já não segura a emoção...
Parece uma assombração! Quando, de noite, se escuta em meio à tanta quietude, seu berro choroso e rude erguer-se, assim, sem floreios... Talvez empreste a garganta a quem já tenha partido e, vez por outra, incontido, volte a seu velho rodeio!
Seu berro invade o meu mundo... E, assim, em poucos segundos, desperta anseios profundos, há muito, sem expressão!
Parece até uma canção! De nostalgia e saudade, onde um Rio Grande, tristonho, cante seus prantos e sonhos, suas paixões, sua dor... Saúde ao touro que berra! Que nunca morra quem canta! E que me empreste a garganta mesmo depois que eu me for!
Rodrigo Bauer da A.’.R.’.G.’.B.’.L.’.S.’. Cel. Aparício Mariense da Silva Or.’. de São Borja RS
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