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O PROFANO E O MAÇOM DENTRO DE CADA UM DE NÓS |
O Venerável Mestre inquiriu o nosso Canteiro, lançando o desafio dizendo: - Quem entre os Irmãos irá ocupar o Tempo de Estudos na próxima Sessão? Prontifiquei-me para tanto e encarei o desafio de pensar no que escrever, o conteúdo, e como explicitar o que pensei, a forma portanto. Para mim um grande desafio, é assim que me parece. O que abordar? Temas de conteúdo repetitivo, convite a bocejos? Pois bem, esboço aos Queridos Irmãos o que no momento imagino ser palpitante; uma diminuta análise crítica do quanto profano ainda somos e o quanto maçons imaginamos ser. Temos o cuidado de nominar profano, sem pejoração, todo aquele que não trabalha em Sítio Consagrado, trata-se portanto do não Iniciado, aquele que desconhece o Sagrado, alheio a faina E quem é o Maçom, a habitar dentro de nós? Quem é este indivíduo que colhido entre profanos recebe a Luz, tornando-se um de nós? Estes questionamentos surgiu-me justamente neste período difícil que o nosso País atravessa, de solapamento das Instituições Democráticas, de impregnação do Estado pela ideologia de partido único, etc, etc... Quem fala mais alto dentro de nós quando quedamo-nos a analisar as nossas terríveis mazelas sociais? - O profano que ainda somos ou o Maçom que imaginamos ser ? Quem conduz nossas ações ao nos depararmos com o deboche, o achincalhe, o escárnio, este o mais intenso sentimento de desprezo, com a coisa pública? - O profano que cala sem consentir, que sente na boca o fel amargo da covardia ou o Maçom que em Pé e à Ordem conclama a sociedade a resistir? Não nos enganemos, estimados Irmãos, não tomemos por leve o peso das Colunas que juramos sustentar! Quanto de Maçons já somos? - O suficiente para saindo da zona de conforto sacudindo a poeira das próprias vestes, conduzir a sociedade adormecida, inerme, despossuída de argumentos, despolitizada intencionalmente, e tomando nas mãos o leme desta nau sem rumo para conduzí- la a porto seguro de Paz, Prosperidade, Liberdade e Justiça? Somos felizes maçons em uma sociedade que se permite ter 45% de analfabetos funcionais entre os universitários? Se a resposta for afirmativa, tendo cada um suas razões de que não é comigo, entendo que as ferramentas maçônicas que recebemos na Iniciação, instrumentos da Maçonaria Universal se quedaram inúteis e sendo assim cada vez mais o todo de nós se profaniza e nossa caminhada não mais se fará do Ocidente para o Oriente, mas sim da Sala dos Passos Perdidos para os jardins do Templo. Paulo Maurer Bandeira - M.'.M.'. |